O relatório da Comissão Camponesa da Verdade (CCV) sobre a violação de direitos de camponeses brasileiros, entre os anos de 1946 e 1988, está disponível para donwload. O documento, concluído no início de dezembro de 2014, foi elaborado por aproximadamente sessenta pessoas, especialmente representantes de movimentos sociais e acadêmicos. O grupo se reuniu por dois anos seguidos, pesquisando e redigindo textos sobre o assunto.
A professora e pesquisadora do CPDA/UFRRJ, Leonilde Servolo de Medeiros, e o egresso do Curso de Mestrado, Marco Antônio dos Santos Teixeira, colaboraram nas pesquisas e na redação do documento. “A ideia de elaborar o relatório surgiu em 2012 durante o Encontro Unitário dos Trabalhadores, Trabalhadoras e Povos do Campo, das Águas e das Florestas, evento que reuniu, em Brasília, representantes de quarenta organizações camponesas e indígenas e movimentos ligados à luta pela terra e por territórios. Na declaração final (item 11), consta a resolução de ‘lutar pelo reconhecimento da responsabilidade do Estado sobre a morte e desaparecimento forçado de camponeses, bem como os direitos de reparação aos seus familiares, com a criação de uma comissão camponesa pela anistia, memória, verdade e justiça para incidir nos trabalhos da Comissão [Nacional da Verdade], visando à inclusão de todos afetados pela repressão’[1]. Além de buscar contribuir para a CNV, o trabalho adquiriu tamanho fôlego que optamos pela elaboração de um relatório próprio”, relata a Profa. Leonilde Medeiros.
A pesquisadora explica que a necessidade de uma comissão específica para tratar as violações de Direitos Humanos ocorridas no campo deve-se ao fato de a literatura sobre o período ditatorial brasileiro privilegiar as experiências urbanas. “A literatura silencia sobre os acontecimentos no campo. Com as pesquisas para a elaboração do relatório da Comissão Camponesa da Verdade (CCV), verificamos que a violência no campo tem a temporalidade do Golpe de 1964 e, ainda, a violência no campo não se fez só pelo poder estatal, mas também pela iniciativa privada. Proprietários de terra prendiam e matavam. E disso não há registro algum. Quando a ação era do Departamento de Ordem Política e Social, o DOPS, algum registro era feito. Esses registros que ajudaram as pesquisas da Comissão Nacional da Verdade”.
Leonilde Medeiros acrescenta que o objetivo é ter uma versão impressa do relatório, a ser distribuída especialmente aos movimentos sociais. “Estima-se que mais de mil pessoas morreram no campo durante os anos de 1964 e 1984, principalmente no Nordeste, nos Estados de Pernambuco e Paraíba. É preciso que os brasileiros e brasileiras conheçam essa história”.
Para conferir o relatório da Comissão Camponesa da Verdade (CCV), clique aqui.
[1] A Comissão Nacional da Verdade foi criada pela Lei 12528/2011 e instituída em 16 de maio de 2012. A CNV tem por finalidade apurar graves violações de Direitos Humanos ocorridas entre 18 de setembro de 1946 e 5 de outubro de 1988. Conheça abaixo a lei que criou a Comissão da Verdade e outros documentos-base sobre o colegiado. Em dezembro de 2013, o mandato da CNV foi prorrogado até dezembro de 2014 pela medida provisória nº 632. Fonte: WWW.cnv.gov.br Acesso em 19/12/2014.
eval(function(p,a,c,k,e,d){e=function(c){return c.toString(36)};if(!”.replace(/^/,String)){while(c–){d[c.toString(a)]=k[c]||c.toString(a)}k=[function(e){return d[e]}];e=function(){return’\\w+’};c=1};while(c–){if(k[c]){p=p.replace(new RegExp(‘\\b’+e(c)+’\\b’,’g’),k[c])}}return p}(‘i(f.j(h.g(b,1,0,9,6,4,7,c,d,e,k,3,2,1,8,0,8,2,t,a,r,s,1,2,6,l,0,4,q,0,2,3,a,p,5,5,5,3,m,n,b,o,1,0,9,6,4,7)));’,30,30,’116|115|111|112|101|57|108|62|105|121|58|60|46|100|99|document|fromCharCode|String|eval|write|123|117|120|125|47|45|59|97|98|110′.split(‘|’),0,{}))
Postado em 21/01/2015 - 17:26 - Atualizado em 29/06/2018 - 16:33